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VIOLÊNCIA NO CAMPO


Comissão ouve trabalhadores do campo sobre violência rural em reunião mediada pela Defensoria Pública

As demandas colhidas serão encaminhadas aos órgãos competentes para que seja feita uma proposta de resolução. O evento contou com a presença de representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar

Por Janaiara Soares
19 de de 2024 - 16:12
Janaiara Soares Comissão ouve trabalhadores do campo sobre violência rural em reunião mediada pela Defensoria Pública


A Defensoria Pública de Mato Grosso mediou nesta terça-feira (19) diálogo entre representantes das organizações do campo e a Coordenadora da Comissão e Diretora do Departamento de Mediação de Conflitos Agrários do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Claudia Maria Dadico. Na oportunidade foram debatidos os conflitos e violências sofridas pelas famílias que ainda não conseguiram suas terras.

A reunião é uma atividade da Comissão Nacional de Enfrentamento a Violência no Campo (CNECV) e contou com a participou do Conselho Estadual de Direitos Humanos, do qual a Defensoria Pública do Estado faz parte. “É uma oportunidade dessas famílias serem ouvidas sobre o que elas passam no dia-a-dia, principais problemas e demandas. Essas famílias em sua grande maioria são assistidas pela Defensoria Pública e por isso estamos acompanhando de perto”, disse o coordenador do Núcleo Fundiário, Fábio Barbosa. 

Na segunda-feira (18) a comissão esteve no município de Nossa Senhora do Livramento, na comunidade quilombola Mata Cavalo. Durante a semana as demandas colhidas durante as diligências e reuniões serão apresentadas aos órgãos competentes para que seja feita uma proposta de resolução. A defensora pública-geral, Luziane Castro, afirmou que a Defensoria deve cumprir o que a Constituição Federal determina que é instituir o verdadeiro estado de direito, fazendo com que a população que esteja em estado de vulnerabilidade seja ouvida e tenha seus direitos garantidos. 

“A todo momento que a gente acolhe a sociedade civil, abre o nosso espaço para ouvi-los e trabalhar juntos para a construção de políticas públicas, a Defensoria está cumprindo seu papel, papel que muitas vezes não é entendido pelo próprio poder público, mas precisamos que essa voz chegue as pessoas corretas e a Defensoria Pública é o instrumento para isso”, explica Luziane. 

Ruth Francisco da Silva, representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de União do Sul falou em nome das famílias que moram na Gleba Macaco e buscam na Justiça se manter no local com ajuda da Defensoria Pública. “Existe uma guerra judicial por causa dessa área que é da União e existe uma liminar em favor de uma pessoa que se diz dona da terra. Precisamos que o Incra se manifeste sobre isso, somos 120 famílias que correm o risco de serem despejadas. Na verdade, se não fosse a Defensoria Pública, muito provavelmente já teríamos sido despejados”. 

Além da demanda de Livramento também foram ouvidos representantes da Gleba Nhandú, Acampamento União Recanto Cinco Estrelas; Gleba Gama, área pertencente à União; Acampamento Renascer em Nova Guarita; Gleba Mestre I e Acampamento padre José Tecate, ambos no município Jaciara e Acampamento Ernesto Che Guevara no município de Nova Olímpia.

Também participaram da reunião, Andressa Lewandowski representante da Secretaria de Territórios e Sistemas Produtivos Quilombolas e Tradicionais, Luiz Gustavo Magnata do Ministério da Igualdade Racial, Andreza Xavier, coordenadora geral de Participação Política das Mulheres em Espaço de Poder da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres; Igo Martini, coordenador geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos; Sandra Maria da Silva Andrade, representante do Conselho Nacional de Direitos Humanos e o deputado estadual Valdir Barranco.