As cooperativas de catadores de materiais recicláveis cobram do cidadão para buscar os materiais em sua residência ou comércio? A resposta para essa pergunta é não! De acordo com o catador cooperado da Coopemar, Thiago da Silva Duarte, não há qualquer tipo de cobrança de valores das cooperativas, por isso, é importante valorizar o trabalho desta categoria que tanto ajuda na conservação do meio ambiente.
“Trabalho com materiais recicláveis há muitos anos, atualmente, além de ser cooperado da Coopemar, eu atuo na diretoria e no conselho fiscal da cooperativa e sou membro do Movimento Nacional de Catadores Materiais Recicláveis de Mato Grosso. Nosso trabalho é muito importante, mas deveria ser mais valorizado, deveria ter mais políticas públicas voltadas para as cooperativas para ajudar que essas cooperativas sejam contratadas e que recebam para atuar na educação ambiental. Aqui em Cuiabá não recebemos para fazer a coleta, nossa renda vem da reciclagem dos materiais que coletamos”, afirma Thiago.
Nesta semana a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) foi até a Coopemar, localizada na região Norte de Cuiabá, para tirar as dúvidas da população acerca da coleta de materiais recicláveis para o último vídeo da série “Fato ou Fake: Reciclagem”, uma parceria entre a instituição, as associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis da capital e o Grupo de Atuação Estratégica em Direitos Coletivos (Gaedic) em atenção aos Catadores de Materiais Recicláveis.
Na Coopemar, o presidente, Wanderley Cavenaghe, contou que desde 1994, a cooperativa atua em Cuiabá recolhendo os materiais recicláveis de residências, condomínios e empresas de pequeno, médio e grande porte: “Atualmente a cooperativa impacta 34 famílias de forma direta. Todo o sustento dessas famílias vem da venda dos materiais que passam por uma triagem e sua devida reciclagem. Começamos em 1994 de forma bem pequena, no antigo lixão de Cuiabá. Hoje estamos em um barracão estruturado e contamos com quatro caminhões para fazer a coleta dos materiais”, conta Wanderley.
O Gaedic Catadores – O Grupo de Atuação Estratégica em Direitos Coletivos (Gaedic) em atenção aos Catadores de Materiais Recicláveis foi criado em 2020, com o objetivo de dar atenção especial a grupos sociais específicos da população para prestar assistência jurídica integral e gratuita de forma prioritária e coletiva.
Desde o seu surgimento, o Gaedic Catadores de Materiais Recicláveis sempre atuou com o objetivo de levar dignidade e conhecimento aos trabalhadores, fazendo com que eles possam se unir em associações e cooperativas para que busquem melhorias em suas vidas. Para tanto, o grupo auxilia os trabalhadores com cursos de formação, educação básica, aulas que ensinam a criar e gerir as associações e cooperativas e também atuando lado a lado dos trabalhadores para que eles possam ter acesso às políticas públicas estaduais e municipais.
“A participação do Gaedic na emancipação de catadores e catadoras de materiais recicláveis no estado de Mato Grosso trouxe a toda essa categoria personalidade jurídica na criação e organização das cooperativas e associações, legitimidade social e capacidade de dialogar com o poder público. Quando o Gaedic entra na interlocução de pessoas vulneráveis junto ao poder público nós ajudamos no empoderamento e os incluímos na cadeia produtiva de materiais recicláveis. Sempre buscamos levar melhoria na condição de vida, social e econômica, dos catadores já organizados e dos ainda não organizados”, afirma a coordenadora do Gaedic, a defensora pública Kelly Christina Monteiro.
Fato ou Fake: Reciclagem – Entre o mês de outubro e novembro, a Defensoria Pública de Mato Grosso realizou a campanha “Fato ou Fake: Reciclagem”, com o objetivo de sanar as dúvidas da população quanto aos materiais recicláveis, a coleta seletiva e a educação ambiental.
Em parceria com o Geadic Catadores e com as associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis de Cuiabá, a DPEMT publica nas redes sociais uma série de vídeos instrutivos que tem como protagonistas os próprios catadores que estão na missão de realizar a coleta seletiva na Capital.