Notícias

NÚMEROS ALARMANTES


Defensora-geral afirma que MT precisa reduzir números de violência contra mulher no lançamento do Ser Família

Evento reforça integração de políticas públicas voltadas à valorização e proteção das mulheres em Mato Grosso

Por Marcia Olivera
10 de de 2025 - 19:01
João Reis/Setasc Defensora-geral afirma que MT precisa reduzir números de violência contra mulher no lançamento do Ser Família

Defensora pública-geral participa do lançamento estadual do Ser Família Mulher Comunidade


A defensora pública-geral de Mato Grosso, Luziane Castro, participou do lançamento do “Programa Ser Família Mulher na Comunidade”, nesta segunda-feira (10), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, elogiando a iniciativa e defendendo a necessidade do reduzir os números da violência contra a mulher no estado. Ela informou que até setembro de 2025, a Defensoria já atendeu 11,6 mil casos de violência contra a mulher em Mato Grosso. 

“A Defensoria Pública está muito feliz em participar desse evento e reconhece o trabalho brilhante que a grande primeira-dama, Virgínia Mendes, tem feito ao colocar a defesa das mulheres, a defesa da família e das mulheres em situação de violência, como sua primeira pauta. Vivemos junto com o Ministério Público e a Polícia, as dores diárias de atender inúmeras mulheres em situação de violência, cujos números de casos são alarmantes. Só este ano, até o mês de setembro, a Defensoria já atendeu 11,6 mil mulheres vítimas de violência. Esse é um número muito significativo e temos que reduzi-lo”, alertou. 

Ser Mulher na Comunidade - O evento foi aberto pelo secretário de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), Klebson Haagsman, que representou a primeira-dama Virginia Mendes, idealizadora do Ser Família Mulher na Comunidade. O lançamento reuniu aproximadamente 400 lideranças comunitárias de Cuiabá, do Distrito da Guia e de Várzea Grande que, após capacitação, executarão o programa em suas comunidades. 

A programa prevê reuniões informais com as mulheres para sensibilizá-las sobre os tipos de violência e instrumentalizá-las com informações para que peçam ajuda nas estruturas estatais como a Defensoria Pública, a Patrulha Maria da Penha, a Delegacia da Mulher, o Conselho Estadual da Mulher, o Poder Judiciário e outros órgãos que integram a rede de atenção. 

“Essa é uma ação do Governo do Estado de Mato Grosso, pensada para atuar fortemente no enfrentamento da violência contra a mulher. Esse programa já está acontecendo em alguns bairros, capacitando lideranças comunitárias, fazendo rodas de conversas para demonstrar a importância desses líderes reconhecerem a existência dessa violência. Estamos capacitando essas pessoas para que reconheçam a importância de denunciar, de verificar se alguma mulher está sendo vítima de violência. Começamos aqui na Capital e Várzea Grande, mas os 142 municípios serão capacitados nesse sentido”, disse Haagsman.

Ele explicou que as rodas de conversa serão os meios de fazer a abordagem do tema. Nesses momentos, toda a sociedade será convidada a participar, para que conversem, debatam e reconheçam as formas de violência contra mulher.

“Além disso, teremos as Vans Rosa que circulam em todo o estado e levam conhecimento sobre a importância do combate à violência contra mulher”, explicou o secretário. O Programa SER Família Mulher na Comunidade tem como objetivo promover ações integradas de acolhimento, orientação e fortalecimento da mulher, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. Executado pela Setasc, o projeto faz parte do conjunto de políticas do Programa SER Família, que já atua em diversas frentes de inclusão social em Mato Grosso.

Liderança – A diretora territorial do Conselho Comunitário de Segurança Pública Bom Jesus do Cuiabá, Benedita Souza Mendes, a dona Morena, 64 anos, participou do evento informou que a maioria das ocorrências policiais no distrito de Nossa Senhora da Guia, onde ela mora, são de violência contra a mulher. 

“A violência ocorre e a gente só fica sabendo, ou desconfiando, depois que a mulher aparece ferida, com o rosto roxo, machucada. Temos que saber como abordar, como chegar, pois primeiro elas contam que caíram, que se machucaram sozinhas, só depois de muita conversa é que se abrem e depois disso, temos que ter o jeito certo de orientá-las para procurar a saúde, a Polícia, porque muitas de nossas mulheres são cativas. Ali, a maioria é doméstica ou diarista em Cuiabá”, disse. 

Para Benedita, o programa é de extrema importância por representar apoio do estado numa situação que é delicada e precisa do apoio de toda a população.