A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) sugeriu, durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (9), pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), a necessidade de uniformização do sistema penitenciário em âmbito estadual e nacional. O debate faz parte da construção do Plano Estadual de Enfrentamento do Estado de Coisas Inconstitucional nas Prisões Brasileiras – Pena Justa, em cumprimento à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Representando a DPEMT no grupo de trabalho estadual, o defensor público que integra o Eixo 1 do plano — responsável pela criação da Central de Vagas — destacou que a padronização de práticas e a gestão racional do sistema prisional são passos essenciais para enfrentar a superlotação e garantir o cumprimento dos direitos das pessoas privadas de liberdade.
"O sistema Pena Justa vai proporcionar a uniformização de vários temas no sistema prisional em todo o pais. Destaco que um dos mais importantes no meu ponto de vista é a central de vagas. O primeiro passo pra se pensar na ressocialização é impedir a superlotação das unidades prisionais. Estou como como coordenador dessa meta aqui no Estado de Mato Grosso e tenho certeza que com ajuda de todos vamos construir um sistema prisional muito mais eficiente e humano”, afirmou o defensor.
O Plano Pena Justa nasceu de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 347 (ADPF 347) julgada pelo STF, que reconheceu o chamado estado de coisas inconstitucional no sistema prisional brasileiro — caracterizado por violações sistemáticas de direitos fundamentais, superlotação, falta de estrutura e má gestão. O plano nacional, portanto, estabelece diretrizes e metas a serem seguidas por todos os estados, respeitando suas particularidades, mas dentro de um modelo uniforme de atuação.
“O Plano Pena Justa surgiu a partir de uma Ação no STF, que reconheceu um estado de coisas inconstitucional no sistema prisional brasileiro. A proposta busca estabelecer um tratamento uniforme para diversos eixos em todos os estados. Aqui em Mato Grosso, temos até agosto para homologar o plano e, a partir disso, um prazo de até três anos para cumprir as metas”, explicou o defensor público.