Direito à saúde - Uma das ações ajuizadas foi em favor do idoso G. A. F., 71 anos, morador da zona rural de Campinápolis. Portador de hipertensão arterial pulmonar (HAP), ele depende dos medicamentos de uso contínuo: Sildenafila 20 mg e Bosentana 125 mg, esse último, no valor aproximado de R$ 7 mil por mês. Ambos foram fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em julho, após solicitação administrativa por parte do idoso.
Porém, a defensora explica que no mês seguinte, em agosto, ele parou de receber o Bosentana sem qualquer explicação, situação que coloca a vida dele em risco. O problema o motivou a procurar a Defensoria Pública durante o mutirão.
“Protocolamos uma ação de obrigação de fazer, com pedido de tutela de urgência contra o Estado de Mato Grosso e o Município de Campinápolis, requerendo o fornecimento imediato e regular do medicamento, pois a rotina do idoso virou um drama, já que o remédio é essencial para evitar o agravamento da doença e a falência do lado direito do coração. A medicação simplesmente deixou de chegar à Secretaria Municipal de Saúde e ele não tem condições de arcar com o valor, o que faz com que ele esteja em risco real de morte”, disse Maria Alessandra.
Defesa do consumidor - Outro caso atendido no mutirão foi o da idosa aposentada J. B. G., que procurou a Defensoria após descobrir descontos indevidos em seu benefício previdenciário. O caso dela originou manifestações para dois bancos diferentes, diante de irregularidades encontradas em contratos com as instituições financeiras.
Em seis de março de 2025, a idosa relata que foi feito um empréstimo consignado no valor de R$ 2 mil, com o Banco Bradesco S/A, mas, que ela não o reconhece. No mesmo dia, ela afirma que de fato assinou um contrato com o banco emprestando o valor de R$ 3 mil, destinado a pagar honorários de um advogado que atuou em seu processo de aposentadoria.
“Identificamos que há uma incoerência no fato de haver duas contratações no mesmo dia, especialmente considerando que a idosa não utiliza aplicativos bancários nem realiza transações pela internet. Por essa razão, encaminhamos uma notificação extrajudicial ao Bradesco, solicitando cópia dos contratos e comprovantes de crédito. Na notificação também advertimos o banco sobre possíveis práticas abusivas de cobrança indevida e sobre o direito da consumidora à informação clara, conforme o Código de Defesa do Consumidor”, explicou a defensora.