“Esse distrito está geograficamente mais próximo de Primavera do Leste, um polo econômico regional que atrai trabalhadores em busca de melhores oportunidades. No entanto, muitos desses trabalhadores residem em Nova Poxoréu, onde a moradia é mais acessível. O servidor geral, Meira Neto, percebeu as dificuldades da comunidade em acessar o órgão e, diante da distância e do acesso limitado deles à internet, propôs que fossemos até eles e o projeto nasceu”, informa.
O primeiro mutirão foi organizado no dia 28 de março e desde então a equipe atende os moradores no distrito uma vez a cada 30 dias. “A distância dessa comunidade até o Núcleo da Defensoria e as dificuldades deles com o uso de tecnologia digital nos fez optar pelo mutirão”.
O distrito de Nova Poxoréu é o mais carente da região, com ruas são sem asfalto, iluminação pública precária e rede de esgoto quase inexistente. Além da prestação de serviços jurídicos, a iniciativa conta com o apoio das Secretarias Municipais de Saúde, Educação e Assistência Social, que estão responsáveis pela divulgação e logística do evento. O defensor lembra que essa é uma oportunidade importante para quem precisa de orientação jurídica e convida a comunidade local a participar.
Palestra - O defensor também palestrou para os pais dos alunos matriculados na Escola Leila Aparecida de Oliveira da Silva, onde aconteceu o mutirão, sobre abuso sexual contra criança e adolescente, tema da campanha nacional Maio Laranja, cujo o slogan deste ano é "Quem escuta protege! Escute com empatia, acolha, denuncie a violência sexual".
"Aproveitamos a ocasião e participamos do evento marcado em atenção ao Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e adolescentes. Informamos aos pais sobre o contexto da violência sexual contra crianças e adolescentes, falamos sobre crimes correlatos, quais são os canais de denúncia disponíveis e a importância da atenção e da prevenção. Abordamos o perfil dos abusadores, segundo dados estatísticos, e falamos sobre quais sinais apresentados pelas crianças devem inspirar cuidados", disse De Nardi.
Dados do Atlas da Violência 2025, divulgado esta semana pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, indicam que as denúncias de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes aumentaram 195% nos últimos quatro anos. No Brasil, a cada hora, 13 crianças e adolescentes são vítimas de algum tipo de violência sexual, física ou psicológica, segundo as estatísticas e, segundo o Ministério dos Direitos Humanos, o número de casos recebidos pelo Disque 100 saltou de 6.380, em 2020, para 18.826 em 2024.
