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REPERCUSSÃO INTERNACIONAL


Documentários da DPEMT surpreendem americano na COP30: “Temos muito a aprender e implementar”

Estudante de Ciências Ambientais na Universidade de Massachusetts afirmou que iniciativas podem ser levadas para os EUA

Por Alexandre Guimarães
17 de de 2025 - 16:18
Isabela Mercuri/DPEMT Documentários da DPEMT surpreendem americano na COP30: “Temos muito a aprender e implementar”


No último sábado (15), a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) realizou a exposição de dois projetos – “Defensorias do Araguaia”, uma parceria com as Defensorias de Goiás e Tocantins, e “Território de Direitos”, que auxilia pessoas que vivem em áreas de conflito fundiário, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém (PA).

O maior evento sobre mudanças climáticas do planeta reúne cerca de 56 mil participantes de 194 países, incluindo líderes mundiais, cientistas, ambientalistas, ativistas, jornalistas e estudantes.

Um deles é Andrew Fenner, 22 anos, bacharel em Ciências Ambientais na Universidade de Massachusetts (Umass Lowell), que veio ao Brasil pela primeira vez justamente para participar da conferência.

“Nossa universidade envia delegações de estudantes todos os anos. Achei que seria uma ótima oportunidade para aprender mais. Sendo dos Estados Unidos, precisamos marcar presença na COP30. Ainda há muito a aprender e implementar em casa”, afirmou.

Fenner é representante ecológico estudantil e um entusiasta de operações sustentáveis e engajamento comunitário, conforme seu perfil no LinkedIn.

“Acho que é um projeto muito legal. É ótimo ajudar famílias necessitadas. É ótimo criar uma ponte entre proprietários de terras e pessoas que precisam de ajuda. Há muito que poderia ser levado para os EUA e ser implementado lá”, destacou.

O universitário conta que viu os trailers dos documentários nos tablets ao passar pelo estande da Defensoria do Brasil na COP30 e decidiu acompanhar os painéis. Como não fala português, ele utilizou um recurso de tradução simultânea online para entender os vídeos e as discussões. “Achei muito interessante. Foi realmente envolvente. Gostei muito”, disse.

Esta é a primeira vez que as Defensorias Públicas do Brasil participam do maior evento global sobre justiça climática e os efeitos do clima, inclusive com um estande oficial.

Defesa dos povos indígenas – Na tarde do último sábado, ocorreu a exibição do documentário “Awire” sobre o projeto “Defensorias do Araguaia”, realizado em conjunto pelas Defensorias Públicas de Mato Grosso, Tocantins e Goiás, que já teve duas edições (2024 e 2025).

“Acabamos de apresentar aqui na COP30 esta experiência riquíssima que tem trazido resultados muito bons para a população indígena Karajá. É a Defensoria Pública na defesa dos povos originários. É a Defensoria Pública na preservação da nossa natureza”, ressaltou a defensora pública-geral de Mato Grosso, Luziane Castro.

Com duração de 22 minutos, a produção foca nos desafios enfrentados pelas comunidades indígenas da região para acessar seus direitos fundamentais e a atuação da Defensoria para promover justiça e inclusão social.

“Achei uma iniciativa esplêndida. Esse serviço da Defensoria mostra que há esperança de proteger de uma forma geral e específica os povos da floresta. Quando vemos a Defensoria oferecer serviços básicos é um sinal de que há esperança para resolver diversos problemas de cunho social”, pontuou Edivaldo Benedito Sarmento Alves, 52, professor de geografia em Goianésia do Pará.

Produzido pela Defensoria Pública de Goiás, “Awire” oferece um retrato fiel das dificuldades enfrentadas pelas comunidades Karajá para garantir o acesso a serviços essenciais como saúde, educação e, principalmente, justiça.

“É um projeto que leva serviços de atendimento jurídico e de cidadania à população indígena que vive na região do rio Araguaia, especialmente na Ilha do Bananal. Esse é mais um dos instrumentos que a Defensoria Pública usa para levar cidadania à população que atua na defesa dos nossos territórios, da nossa floresta, e que participa da proteção do clima”, revelou o secretário executivo da DPEMT, Clodoaldo Queiroz.

A Ilha do Bananal é uma área única localizada no Tocantins, na fronteira com Mato Grosso e Goiás, considerada a maior ilha fluvial do mundo, formada pelos rios Araguaia e Javaés, e um importante ecossistema que mescla o Cerrado e a Amazônia.

Território de Direitos – Também no sábado, às 15h30, foi realizada a exposição interativa e exibido o documentário do projeto “Território de Direitos”, criado pela DPEMT para realizar uma busca ativa e estratégica de famílias que vivem em situação de extrema vulnerabilidade em áreas de conflito fundiário.

O projeto aplica o Sistema de Atendimento Fundiário (SAF), um instrumento criado pela instituição que reúne informações detalhadas sobre as famílias que residem no local.

Em agosto deste ano, a DPEMT lançou o documentário “Território de Direitos”, contando como surgiu o projeto e histórias de comunidades impactadas pela iniciativa. A obra audiovisual é o primeiro documentário produzido exclusivamente pela instituição.