O início da segunda edição do projeto Defensorias do Araguaia, realizado nesta segunda-feira (25) na Aldeia São Domingos, em Luciara (MT), foi marcado por casos que traduzem a importância do mutirão para a garantia de direitos de famílias indígenas da etnia Karajá.
Logo no início da manhã, Claudina Marralaru Karajá, 51 anos, merendeira da Escola Municipal Hadiri, viveu um momento de alívio e emoção. Depois de perder a filha, vítima de assassinato, ela passou a cuidar sozinha dos seis netos e, no ano passado, durante a primeira edição do projeto, buscou a Defensoria Pública para entrar com o pedido de guarda. Desta vez, ao ser atendida novamente, recebeu a notícia de que a guarda provisória havia sido concedida.
“Eu cheguei e fui bem atendida. Já consegui o que queria: as guardas das crianças. Isso muda a nossa vida, porque agora posso ter acesso aos benefícios e cuidar melhor deles. Estou muito feliz”, contou emocionada.
Segundo o defensor público João Paulo Carvalho Dias, da Defensoria Pública de Mto Grosso (DPEMT), que atuou no caso, a conquista representa não apenas segurança jurídica, mas também dignidade. “Hoje, a dona Claudina tomou conhecimento da concessão da guarda provisória e, aqui mesmo, pôde dar entrada no CadÚnico e em benefícios sociais como o Pé-de-Meia. Ela vive com dez pessoas em casa e um salário mínimo. Esse atendimento significa cidadania e auxílio material imediato para toda a família”, destacou.