A prática terapêutica, reconhecida por órgãos como o Conselho Federal de Medicina e o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional como recurso eficaz de reabilitação, foi garantida após a Defensoria argumentar que a negativa violava o direito à saúde e à dignidade da pessoa humana. A Justiça acolheu o pedido e reconheceu a abusividade da limitação imposta pela operadora.
Em Mato Grosso uma mãe conseguiu redução de carga-horária, sem redução de salário, para cuidar de criança com TDAH em abril de 2025 e existem decisões na área da educação, garantindo turno mais adequado para a criança que faz uso de medicação, além de apoio pedagógico-educacional personalizado. Todas essas garantias foram conseguidas antes da instituição da lei. “Acredito que com a edição da lei, novos casos serão diagnosticados, as pessoas ficarão mais conscientes do problema e mais pessoas buscarão acesso a esses direitos”, avalia o defensor.
Com a nova legislação, Mato Grosso alinha-se aos princípios da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. A Defensoria Pública, que tem atuado de forma constante na defesa do acesso a tratamentos, à educação e à inclusão, tem na lei o resultado da luta de famílias, profissionais e instituições.
Neste “Outubro Laranja”, mês dedicado à conscientização sobre o TDAH, a Defensoria reforça a importância de enxergar o transtorno sob a ótica dos direitos humanos, da empatia e da inclusão. O reconhecimento legal do TDAH como deficiência não é apenas uma vitória jurídica, mas também um marco de sensibilidade social, um passo fundamental para garantir que todas as pessoas tenham acesso igualitário às oportunidades.
Sinais de Alerta - Reconhecer o TDAH envolve observar sinais que vão além da simples desatenção. O transtorno se manifesta por padrões persistentes de desatenção, impulsividade e hiperatividade que interferem de forma significativa na vida escolar, profissional e social.
Em crianças, é comum notar dificuldade de concentração, esquecimento frequente, inquietação, atraso em tarefas e tendência a interromper conversas. Já em adultos, o TDAH pode se expressar como desorganização, procrastinação, dificuldade em gerenciar tempo e frustração com atividades que exigem foco prolongado.
O diagnóstico deve ser feito por equipe multiprofissional — neurologista, psiquiatra e psicólogo — com base em critérios clínicos e na história de vida do paciente, evitando rótulos ou diagnósticos precipitados.
Lidar com pessoas que têm TDAH exige compreensão, paciência e apoio estruturado. Estratégias simples, como estabelecer rotinas claras, usar lembretes visuais, dividir tarefas em etapas menores e oferecer reforço positivo, ajudam a reduzir o impacto do transtorno no dia a dia. No ambiente escolar ou de trabalho, é essencial evitar críticas sobre distração ou lentidão e, em vez disso, propor ajustes pedagógicos ou organizacionais, conforme previsto na legislação mato-grossense: Lei nº 12.895/2025.
A principal entidade brasileira dedicada ao TDAH é a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) que defende que empatia é o primeiro passo para a inclusão e que, entender que o TDAH não é falta de vontade, mas uma condição neurobiológica que, quando acolhida e tratada corretamente, permite ao portador o desenvolvimento de todo o seu potencial.